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Acabava de chegar de terras castelhanas, cumprindo pela última vez a sua paixão por difundir a Bíblia. Chegou com o corpo vergado e os seus 98 anos às costas. Só mais uns dias e hoje 25 de Agosto de 2002 a sua cara olha para as alturas, recolhido na caixa, na capela do convento de Usera de Madrid. Posição, talvez incómoda para o seu corpo, até estes dias sempre a caminho e com horizonte ilimitado. Do seu cadáver eleva-se uma total exemplaridade. Ninguém como ele, nestes últimos tempos, tão repetitivo e eficaz na difusão da Palavra de Deus. Conheceu todas as nações de língua espanhola e portuguesa com a missão exclusiva da sua Bíblia na mão. De forma alguma lhe agradava a lentidão das autoridades da Igreja quando não seguiam o seu ritmo de urgências, pois ele estava carregado de juventude e paixão. Como Francisco de Assis, onde o seu convento? Poderia responder: "todo o universo". E tal como Francisco, quase ao morrer, disse "agora começo", também o Irmão Capuchinho lgnacio de Vegas, no dia anterior, com plena lucidez, falava de novos projectos para a difusão bíblica. Os grandes exemplos não estão sempre longe: hoje temo-lo entre nós. Alguns meses depois, recebi em Fátima um depoimento do seu superior no último triénio de vida (1999-2002), em Usera, frei Inocêncio Egido Vicente. Selecciono a parte mais pessoal, que revela a relação fraterna existente entre irmãos consagrados e prova que os profetas não mon-em, ou o que verdadeiro amor não deixa mon-er o amigo: Convivi com ele três anos, os últimos três da sua vida. Abordou– me em muitas ocasiões, escreveu-me muitas mensagens, umas bíblicas, outras muito humanas, sempre optimistas, impulsivas, incisivas, muitos slogans para nos lançarmos e avançarmos em campanhas bíblicas. Querendo sempre fazer mais, um dia e outro • 31 •

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