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Em 1956, o frei Inácio transitou para Lisboa com a revista "Bí– blica" e a "Difusora Bíblica, continuando lá como responsável do Mo– vimento Bíblico até 1966. A par do seu "gosto bíblico" pela Palavra de Deus e do seu amor ao Deus da Palavra, praticava uma estratégia com muito êxito: as tiragens elevadas, que lhe permitiam pôr as edições a preços muito baixos. O seu Missal Bíblico , em 1958, provocou uma autêntica "revolução editorial" entre nós: saía uma edição de 50.000 exemplares cada três meses, a 5$00! Por esta altura, o Boletim Oficial dos capuchinhos em Portugal caracterizou-o assim: «Religioso austero e zeloso do bem das almas, homem de pouco sono e duma saúde férrea, mexe-o uma ânsia sôfrega de difundir os Evangelhos, que tem editado e a preço módico vende do Norte ao Sul do País.» 7 De facto, apesar das constantes digressões bíblicas, o frei Inácio conseguiu organizar e editar, em 1962, o Antigo Testamento Abreviado, A Oração na Bíblia e o Missal Diário; em Janei– ro de 1965, a Bíblia Sagrada, que vem culminar toda a acção editorial anterior; e finalmente, em 1966, o livro Colóquios Bíblicos. Vai abrindo caminhos e "brechas" em todas as frentes : edições, colóquios bíblicos, retiros, Feira do Livro de Lisboa, caravana da Vol– ta a Portugal em bicicleta, ilhas dos Açores e da Madeira, conventos, seminários, Cúrias diocesanas, movimentos e quartéis, mensagens aos Irmãos do Capítulo Geral da sua Ordem e aos Padres do Concílio Ecuménico Vaticano II. Um dos seus principais colaboradores leigos foi Dâmaso Ben– tinho, hoje advogado, que fez um pouco de tudo na Difusora Bíblica daquele tempo: de moço de recados a tradutor, de motorista a revisor de provas, de animador de rua em campanhas e Domingos Bíblicos a chefe de escritório e administrador adjunto. É com manifesta devoção que ele fala do frei Inácio: Conheci-o nos anos cinquenta: o santo Frade simpatizou comigo e convidou-me para o auxiliar na Editora, durante as férias - nas tar– des de Verão, descia a serra do Monsanto e, em São Domingos de Benfica, ocupava o tempo a ensacar a Revista Bíblica, a actualizar ficheiros, a preencher endereços, a empacotar livros, enfim, peque– nos trabalhos. Penso agora que aquilo que o bom Frade verdadei– ramente queria era que eu me apaixonasse pela Sagrada Escritura Nos anos sessenta, saído dos Franciscanos, estive algum tempo a trabalhar na Editora: com o PADRE INÁCIO percorri, por diversas vezes, o País de Norte a Sul: ele o Padre Protestante 7 Nº de Julho-Setembro de 1957, p. 31. • 12 •