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O HOMEM FONTE DE MORAL OBJECTIVA 97 negativo, dimensionando-o a partir e mediante os reflexos que ele exerce no homem: •Ü pecado diminui o homem, impedindo-o de atingir a sua plena realização» 537 . Trata-se, corno é evidente, de uma definição humana do pecado, em contraposição clara a tantas definições alienantes que se têm dado desta realidade dramática do homem. Também aqui a base para um tal conceito do pecado está na própria revelação. Ali se fala do pecado, na sua primeira concretização histórica, em termos de diminuição humana. Basta recordar a descrição que o Livro do Genesis dá do primeiro pecado 538 • Uma tal visão aparece no texto apenas na terceira redacção, no novo número que então se introduziu sobre o pecado 539 • Os dois textos precedentes não se lhe referiam, pelo menos de modo explícito. Por isso mesmo foram justamente acusados de optimismo exagerado, nfo tendo em conta uma tal realidade que, desde sempre, vem acompanhando a história do homem. Não há dúvida que a dimensão humana do pecado, sublinhada no texto conciliar, corresponde à verdade profunda daquilo que constitui a sua realidade. O pecado, de facto, atinge o homem no seu próprio centro pessoal, na sua «ipseidade» 540 • É uma derrota do homem na intimidade do seu próprio ser de homem 541 . É um ofuscamento do seu valor de pessoa 542 • E. Fromm, a propósito, fala muito acertadamente de uma automutilação 543 • É uma linguagem usada também pelo Magistério. Na Encíclica «Jvlater et Magistra», João XXIII diz que «o homem, separado de Deus, torna-se desuma– no» 544 • Significa isso que deixa de ser homem. É sintomático o apelo de Paulo VI quando, ao falar na Eitima da necessidade de os homens deixarem o pecado, se limitou a gritar à humanidade: «Homens, sede homens>> 545 • É sempre a visão do ptcado que nos dá o texto do Concílio, com a realidade moral do homem como ponto imediato 537 G. S., n. 13. 538 Geiz 3, 16-19. 539 Scl1e11,a co11Sfit11tio11is, pars !, cap. !, n. 13, Acta IV, VI, p. 435. 540 J. DE FINANCE, Etfra Geucrale, (trad. italiana), Bari 1975, p. 69. 5 41 K. WOJTYLA, Ed11cazio11e, p. 109. 542 IDEM, A111ore e respo11sabi!ità, 2.' ed., Torino 1978, p. 151. 543 E. FROMM, A11,ílise do /10111e111, (Trad. portuguesa), Rio de Janeiro 1974, p. 17. 544 loANNES XXIII, Litterae Ellcyclicae «Mater et Magistra», A.4S 53 (1961) 452. 5 45 P.wtus VI, AlloC11tio i11 couva/e Irie11se, AAS 59 (1967) 596. 7

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