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O HOMEM FONTE DE MORAL OBJECTIVA 95 ao serviço de todos os homens» 517 • Quando apresentava o primeiro texto aos Padres Conciliares, Mons. E. Guano afirmava expressa– mente que, neste Documento, a Igreja pretende simplesmente: «falar aos homens, responder aos que a interrogam, atingir e suscitar o ânimo de todos» 518 • Nada de estranhar por isso, como se reconhece, que o homem se encontre no centro da «Gaudium et Spes>> 519 • Não são leis, costumes, tradições ou instituições. É o homé:m, o homem concreto, sem dualismos de alma e corpo 520 • É o homem, imagem de Deus, como sempre o preferiu considerar sobretudo a teologia oriental, que tamanho influxo exerceu beneficamente na nossa Cons– tituição 521 • É o homem, no seu profundo significado teo-cristo– cêntrico, 522 que se revela ao longo de todo o texto. Paulo VI, partindo certamente desta perspectivação conciliar do homem, como fonte inspirativa de moral, quando falava aos participantes da XXII Semana Bíblica, pôde designar o homem com razão como «vastíssimo e viçoso campo de moral onde ressoa sempre uma outra palavra de Deus» 523 • Colocando o homem no centro da sua inspiração, o Concílio não fez senão meter-se no clima, nas coordenadas do Evangelho. A ética do Evangelho é, de facto, radicalmente personalista 524 • Nem podia deixar de sê-lo, até porque é uma moral também humana e tudo o que é humano não pode não nascer no homem. Toda a ética supõe necessariamente a antropologia 525 • Em moral, por isso, não se pode avançar, a qualquer nível, sem. interrogar antes a realidade humana 526 • Foi o que pretendeu dizer Paulo VI na «Evangelii Nuntiandi» quando afirmou que a própria evangelização «deve partir da pessoa e fazer apelo constantemente às relações da pessoa com os outros homens e com Deus>> 527 • 517 PAULUS VI, Summi Pontificis allowtio, AAS 57 (1965) 801: «Ecc!esia in hoc mundo non se ipsam tantum, quasi finem spectat, sed cunctis hominibus inservit». 518 Relatio, Acta III, V, p. 204. 519 J. A. Rms, Pessoa, estrutura social e civilização, em A Igreja 110 mundo de lioje, Petró- polis 1967, p. 469. 52 ° C. MüELLER, A promoção da cultura, Ibidem, p. 389. 521 O. RossEAU, A mensagem da Co11stituição e o movimento ecuménico, Ibidem, p. 568. 522 D. CAPONE, Teologia mora/e e storicità dei/a persona, em Fondamenti biblici dei/a teo- logi mora/e, Brescia 1973, p. 50. 523 PAULUS VI, Allocutio iis qui interfuenmt coetui vigesimo secundo per hebdomadam Romae biblicis studiis provehendis, AAS 64 (1972) 637. 5 2 4 K. WüJTYLA, Educazione all'amore (Trad. Italiana), Roma 1978, p. 93. 525 IDEM, art. cit., p. 125. 5 26 T. Gom, Carità esperienza di Spirito, Roma 1978, p. 121. 527 PAutus VI, Adhortatio apostolica Evangelii Nuntiandi, AAS 68 (1976) 68: «Cum inde proceditur semper ab ipsa persona humana, semperque reditur ad necessitudines inter personas et corúunctionem earum cum Deo•.

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