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54 ANTÓNIO MONTEIRO O homem oferece o critério para aferir o valor moral das nossas acções: «Uma vez que, por disposição de Deus, todo o universo está orientado para o homem e o homem, por sua vez, está orientado para Cristo, as acções do homem devem ser julgadas de acordo com a sua colaboração para o desenvolvimento do homem• 224 • Nele temos o critério também para saber quando cumprimos ou não a vontade de Deus: «Toda a obra feita, o culto da beleza, a contemplação d~ Deus nas suas maravilhas, tudo aquilo que ajuda o homem a desenvolver-se nas suas faculdades mais elevadas, tudo isso, em si mesmo, está de acordo com a vontade divina• 225 • O homem é também o critério decisivo que determina a salvação ou a condenação eterna: «Aquele que não ama, diz João, permanece na morte (1 Jo 3,14). Se alguém disser que ama a Deus a quem não vê, não ama porém o seu irmão a quem vê, é mentiroso. Mais ainda - o facto é verdadei– ramente surpreendente - no dia do juízo, cada um vai prestar contas de tudo aquilo que tiver ou não tiver feito ao homem como se o tivesse ou não tivesse feito ao próprio Cristo» 226 • Insistindo no mesmo pensamento, diz a concluir o texto conciliar: «N.::m todos os que dizem 'Senhor, Senhor' entrarão no reino dos céus, mas aqueles que cumprem a vontade do Pai e põem seriamente mãos à obra. Ora a vontade do Pai é que reconheçamos e amemos de facto a Cristo em cada um dos irmãos de tal modo que, com palavras e obras, demos testemunho da verdade e comuniquemos aos outros o mistério de amor do Pai» 227 • Em qualquer lugar que se encontrar o homem, aí está uma fonte de moral para todos: •Em toda a parte temos o dever de defender e honrar a pessoa humana, em qualquer condição que ela se encontrar e não obstante todos os perigos que tivermos de afrontar~ 228 • 22 4 Ibidem, cap. III, n. 42, p. 463. 225 Ibidem. 22 6 Ibidem, cap. IV, n. 52, p. 471. 2 27 Ibidem, conclusio, n. 106, p. 515. 22s Ibidem, pars I, cap. II, n. 31, p. 456.

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