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IV - Segundo texto O segundo texto ou redacção que teve a Constituição Pastoral, como não podia deixar de ser, reproduz a mente dos Padres que veri– ficámos na análise anterior. Deste modo, o homem aparece como fonte de moral, primdra– mente, na sua visão global. Ele é apresentado, nesta visão, como fonte de deveres para o próprio Concílio. Foi o homem que pressionou moralmente os Padres e os levou a elaborarem a Constituição Pastoral: «Trata-se, com efeito, de salvar a pessoa do homem e de restaurar a sociedade humana. Por isso, o homem vai ser colocado no centro da nossa exposição» 220 • O homem é fonte de deveres morais para todos: •Hoje, mais do que em séculos passados, urge a obrigação de nos tornarmos absolutamente o próximo de todos os homens, quer seja do ancião abandonado por todos, do operário estrangeiro, indevida– mente desprezado, do filho ilegítimo que sofre injustamente por causa de um pecado que não cometeu, do esfomeado que, de repente, nos vem ao encontro na televisão e interpela a nossa consciência adormecida: 'Todas as vezes que o fizestes a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes' (Mt 25,40)» 221 • Ele condiciona moralmente tudo, até as próprias leis religiosas: «A ordem das coisas deve estar subordinada à ordem das pessoas, não a ordem das pessoas à ordem das coisas. O mesmo Cristo afirmou que o Sábado foi feito por causa do homem, não o homem por causa do Sábado» 222 • Ofender o homem, na sua existência concreta, é infamante e constitui ofensa gravíssima ao Criador: «Todas estas coisas são infamantes e indignas da nossa civilização, desonram mais os que procedem assim, do que aqueles que padecem tais injúrias e ofendem também gravissimamente a honra que é devida ao Criador» 223 • 22 º Co11stit11tio Pastora/is De Ecclesia in 1nt111do /iuÍl/s te111poris, Acta synodalia sacrosancti concilii oewmenici Vaticani II, vol. IV, pars I, Typis polyglottis Vaticanis 1976, p. 436. 221 Ibidem, pars I, cap. II, n. 27, p. 453. 222 Ibide111, n. 25, p. 453. 223 Ibidem, n. 27, p. 454.

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