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46 ANTÓNIO MONTEIRO levam consigo a marca de dinheiro da iniquidade>> (O mesmo Padre) 166 . É com base nesta visão do homem, como fonte de moral, que os Padres insistiram repetidamente na necessidade de se estudar e conhecer o homem, no m.esmo sentido em que antes se insistia no estudo e conhecimento das normas e das leis. Hoje é necessário estu– dar sobretudo esta lei por excelência da vida moral que é o homem. Faz-se, por isso, um apelo aos teólogos e aos peritos em ciências antropológicas, psicológicas, médicas, sociais e aos próprios esposos para que prossigam, num esforço comum, com as suas investigações <<para se poderem encontrar soluções para problemas tão urgentes» (Mons. J. F. Dearden-Detroit-USA) 167 • Chama-se a atenção para a dúvida que tais estudos da antropologia podem estabelecer em rela– ção a certos princípios de moral considerados até aqui de valor absoluto. Alude-se, nesta perspectiva, muito concretamente, ao prin– cípio «da continência completa ou periódica, considerada, até ac1ui, com.o solução única, absolutamente eficaz, solução moral e cristã, nos conflitos da vida conjugal dos fieis de boa vontade» (Mons. B. J. Card. Alfrink-Utrecht-Holanda) 168 • Em relação a proble– mas morais concretos, afirma-se que «os teólogos da Igreja nada mais têm a fazer senão esperar o êxito dos trabalhos dos médicos, ginecólogos e peritos» (Mons. Card. Brown) 169 • Trata-se, no caso, do controlo dos nascimentos e da vida íntima conjugal. Faz-se alusão a uma possível revisão da posição oficial da Igreja, no mesmo assunto do controlo dos nascimentos e da vida íntima do casal, «à luz da ciência moderna teológica, médica, social e psicológica» (Mons. M. IV Saigh-Patriarca dos maronitas) 170 • Apresenta-se o homem como fonte de moral, na sua globalidade, e apresenta-se como tal também cm muitos dos seus aspectos funda– mentais. O primeiro deles é a dignidade l111ma11a. Deste modo, no campo da moral do matrimónio, a dignidade humana oferece a norma dtcisiva para estabelecer a harmonia entre a felicidade dos cônjuges e o cumprimento dos seus deveres matri– moniais (Mons. T. B. Salazar-Medellín-Colômbia) 171 • É a mesma 166 Ibidem, p. 467. 1 67 Ibidem, p. 51. 1 68 Ibidem, p. 84. 169 Ibidem, p. 88: «Theologus et ipsa Ecclesia nihil aliud facere potest nisi exspectare exitum eorum laboris». 110 Ibidem, p. 60. 1 7 1 Ibidem, p. 67.

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