BCCCAP00000000000000000000531

22 ANTÓNIO MONTEIRO divina 4 • Vem aqui também a moral rosminiana. Para Rosmini, a fonte da moral estaria na ideia do ser que vai guiando e condu– zindo a razão humana na definição da moralidade 5 • Situa-se aqui igualmente a 111oral do último fim que estabelece a moralidade precisa- 111.ente a partir do último fim do homem, último fim que não é senão o próprio Deus, como razão ordenadora da actividade respon– sável do homem 6 • A moral da lei natural está também nesta perspec– tiva, uma vez que faz partir toda a moralidade da lei natural ou da recta razão, como expressão da lei natural 7 • Com maior razão, encontra-se na mesma linha de pensamento a moral sociohígica de L. Lévy-Bruhl-C. Bouglé, E. Durkheim, segundo a qual a bondade ou maldade dos actos humanos depende apenas da sua conveniência ou não com o bem da sociedade, com o bem da humanidade, bem que não se identifica, de modo algum, com o bem das pessoas. É uma categoria à parte 8 • Desta moral está próxima a moral marxista. Para Marx, a fonte objectiva da moral encontra-se na conveniência ou não com a orientação para a realização da sociedade sem classes 9 • Mesmo a nível propriamente de teologia moral, podemos situar nesta corrente de pensamento diversas opiniões que, pelo menos na forma como explicitam a síntese da moral, prescindem do homem. Não podemos dizer que o marginam ou não o consideram. Não seria verdade. Todavia, ao estabelecer a fonte central da moralidade, o homem não aparece. Tais são todas as exposições que radicam a moralidade no amfocio do Reino de Deus 1 º, no seg11ime11to de Cristo 11 , na i111itaçiio de Cristo 12 , etc.. Quanto às opiniões que consideram o homem como fonte objectiva de moral, vendo como tal um ou outro dos seus aspectos, lembramos, antes de mais, a moral aristotélica. Para Aristóteles, a fonte objectiva da moral está na felicidade do homem. É a partir 4 M. LIBERATORE, Instit11tio11es p/1ilosop/iicae, vol. III, Roma 1871, p. 50; cfr. L. VERGA, La filosofia di Ma/e/,ra,1c/1e, Milano 1964. 5 Cfr. M. F. ScIACCA, La filosofia mora/e di A11to11io Rosmi11í, Roma 1955. 6 Cfr. J. GREDT, Eleme11ta p/,i/osop/,iae arístotelico-t/,0111ísticae, vol. II, Frciburg 1932. 7 L. LEJru, P/,i/osop/,ia mora/is e/ sacia/is, vol. I, Roma 1914, p. 145; Cfr. IDEM, La raíso11 regle de la moralité d'aprcs Sai11t Thomas, Paris, 1930; C. Boym, C11rs11s pl,ífosop/1iae mora/is, vol. II, Paris 1936, p. 465 ss; S. SCH!HINI, Dísp11tatío11es philosop/,íae mora/is, vol. I, Torino 1891, pp. 99-102. 8 E. DuRKHEIM, Les formes élé111e11taires de la 11íe religieuse, Paris 1912, p. 295. 9 ]. Y. CALVEZ, La pensée de Karl Marx, Paris 1946, pp. 432-439; Cfr. S. VAGOVIC, Etica co1111111ista, Roma 1966. 1 º Cfr. J. STELZENBERGER. LelirlJ11cl1 der Moraltlieologíe, Paderbon 1953. 11 Cfr. Il. HAERING, Das Gesetz C/iristi, Freiburg 1961. 12 Cfr. F. T!LMANN, Ha11dbiicher Kat/io/ischer Sitten/e/,re, Düsseldorf 1934-1938.

RkJQdWJsaXNoZXIy NDA3MTIz