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Introdução Sabemos que o ponto central que divide as varias escolas e correntes de pensamento a nível da moral é o critério ou a fonte a partir da qual se define a bondade ou a maldade dos actos humanos. Pelo que se refere propriamente à origem objectiva da moral, são diversíssimas as opiniões na história do pensamento. No intuito de fazer de todas elas uma síntese, poderíamos reduzi-las, na sua pers– pectiva antropológica, a duas grandes correntes: opiniões que situam a fonte objectiva da moralidade totalmente: fora do homem e opiniões que consideram o homem na origem objectiva da moral, muito embora partam quase sempre apenas de um ou outro dos seus aspc.ctos vistos parcelarmente. Entre as opiniões que prescindem do homem, ao definir a moralidade objectiva dos actos humanos, poderíamos lembrar pri– meiramente o nominalismo, para quem a bondade ou maldade dos actos humanos depende só da vontade e disposição divina. Deus estabelece a seu bel prazer o que é bom e o que é mau. Só por isso, cada coisa é boa ou má 1 • Está na mesma perspectiva :t moral extrin– secista 011 legalista de T. Hobbes. Para ela, a bondade ou maldade das acções do homem tem a sua origem e o seu ponto fundamental de referência nos pactos, nas leis 2 • Desta visão legalista ou extrinse– cista, se aproxima a moral Kantiana. Estabelece ela como fonte objectiva da moral o imperativo categórico. Dele procede a dis– tinção entre o que é bom e o que é mau 3 • Pertence também a este mesmo grupo a chamada moral essencialista ou olifectivista, segundo a qual a moralidade objectiva tem a sua origem na ordem essencial das coisas ou na sua relação de perfeição, como reflexo da essência 1 P. VIGNAUX, Nominalisme, em Dictiottaire de Théologie Cat/1oliq11e, vai. XI, 1, Paris, 1931, cal. 717-783. 2 T. HOBBES, De Homitte, vai. II, Landon 1838, p. 94. 3 Cfr. P. Cmom, Scritti morali di I. Kant, Tarina 1970.

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