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138 ANTÓNIO MONTEIRO Em relação com a política, a nível de vida internacional, a liberdade vem ainda apresentada como condicionamento moral para que nela se possa colaborar: «Os cristãos cooperem, de bom. grado e de todo o coração, na construção da ordem internacional, com verdadeiro respeito pelas liber– dades legítimas» 879 . Surgiu o condicionamento da liberdade, a este nível, apenas na terceira redacção 880 . É um.a prova mais de crescimento, den– tro do Concílio, na visão do valor deste critério e fonte de moral que é a liberdade, com irn.portância muito particular no campo da vida política e social. Na «Octogesima Adveniens», Paulo VI insistiria em tal aspecto, recordando aos cristãos que a sua actuação, a nível político, deveria processar-se sunpre «com respeito pelas legítimas liberdades dos indivíduos, das fanúlias e dos grupos subsidiários» 881 • Não admira esta insistência no valor deste critério da liberdade, sendo que ele próprio, na encíclica «Ecclesiam S11am», a escolheu como norma do seu pontificado: «A nossa missão, muito embora consista no anúncio de uma verdade indiscutível e de uma salvação necessária, não se apresentará nunca armada de coacção exterior, mas somente, por caminhos legítimos de educação humana, persuasão interior e conversão comum, oferecerá o seu dom. da salvação, respeitando sempre a liberdade pessoal e civil» 882 • É a consciência crescente de que tocar na liberdade do horn.em , é tocar no pró– prio Deus, uma vez que ela, segundo o mesmo texto conciliar, é no homem um sinal exírn.io da imagem de Deus 883 . Tal visão da liberdade, como fonte de moral é, pois, bastante clara no texto conciliar. Estava na mente do Concílio. Por isso ela aparece igualmente, nesse aspecto, em outros Documentos 884 • 879 G. S., n. 88. 880 Scliema co11stit11tionis, pars II, cap. V, n. 92, Acta IV, VI, p. 500. 881 PAULUS VI, Epist11/a Aposto!ica «Octogesima Advenie11s», AAS 63 (1971) 634. 882 IDEM, Littcrae E11cyc/icae «Ecc/esiam Suam», AAS 56 (1964) 643. 663 A. DI MARINO, Antropologia e mora/e, em Antropologia bíblica e mora/e, Napoli 1972, p. 152. 884 Lumen Ge11ti11111, nn. 36, 37, 46; U11itatis Redintegratio, n. 4; Christ11s Domi1111s, n. 12; Perfectac Caritatis, n. 14; Optata111 Toti11s, nn. 6, 11; Aposto/iram Act11ositate111, nn. 8, 24; Ad Gentes, rm. 5, 8, 13; Presbyteronm1 Ordinis, nn. 6, 16, 17, 18; Gravissirnwn Ed11catio11is, nn. 1, 6, 7, 8; Nostra Aetate, n. 5; Dig11itatis H11111a11ae, nn. 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 12, 15.

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