BCCCAP00000000000000000000531

O HOMEM FONTE DE MORAL OBJECTIVA 135 Passando ao campo da política, a liberdade aparece, igual– mente, como critério de moral, antes de mais, para o recto exercício da autoridade: tRequere-se uma autoridade que faça convergir para o bem comum as energias de todos os cidadãos, não de maneira mecânica ou despótica, mas sobretudo como força moral que se apoia na liberdade e na consciência do próprio dever e sentido de responsabilidade» 856 • A norma da liberdade, no exercício da autoridade e a exclusão da forma mecânica de governar estavam. já na segunda redacção do texto conciliar 857 • A terceira redacção insistiu no mesmo prin– cípio e excluiu também a forma despótica do governo 858 • O critério da liberdade, no exercício do governo, encontrava-se já no primeiro texto da «Gaudium et Spes», como meta a conseguir por quem exerce a autoridade 859 • É uma visão igualmente em contraste com o conceito marxista da autoridade, pelo menos nas presentes circunstâncias, de acordo com o pensamento de Marx 860 • O mesrn.o se diga da perspectiva freudiana. Tam.bém para Freud, a liberdade não representa qualquer critério. Ela mesma não existe. É pura ilusão em que não st pode, nem deve acreditar 861 • Tomando o Concílio uma tal posição em favor da liberdade, no exercício da autoridade, foi certamente um bom passo no ensinamento da Igreja, porque é a forma de se redimirem certas atitudes do passado, de sentido lamentável, como foi o recurso ao braço secular, o sancio– namento de penas de morte, procedimentos inquisitoriais, etc. 862 • A partir deste critério moral, a autoridade e todos os que governem têm necessariamente de estar atentos à as3im chamada «tentação de Getsémani» ou recurso à força. É tentação justamente qualifi– cada como diabólica 863 • O coração dos homens, que há que pretender atingir sempre, nunca é acessível a meios que representam força ou violência 864 • 856 G. S., n. 74. 857 Co11stit11tio pastora/is, pars II, cap. IV, n. 87, Acta IV, I, p. 500. 858 Schema co11stit11tio11is, pars II, cap. IV, n. 78, Acta IV, VI, p. 524. 859 Ad11ex11m I, n. 11, Acta III, V, p. 155. 86 ° K. MARX-F. ENGELS, Manifesto dei parti/o co11111t1ista, (Trad. italiana), Torino 1964, p. 153. 861 S. FREUD, Psicopatologia dei/a vila q11otidiana, em Opere, (Trad. italiana), vol. IV Torino 1972, p. 278. 8 62 J. DE LA TORRE, ar/. cit., p. 284. 863 IDEM, Ibidem, p. 287. ij 64 E. McDONAGH, o. e., p. 130.

RkJQdWJsaXNoZXIy NDA3MTIz