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132 ANTÓNIO MONTEIRO A nível de moral económica, a vida aparece a impor também deveres nesse campo, sobretudo para que nunca falte à vida o que for necessário para que ela se possa conduzir dignamente: «Deve ter-se presente a grave obrigação de vigiar para que se assegurem os requisitos necessários para uma vida digna dos indiví– duos» 833. Apareceu esta observação na terceira redacção do texto conci– liar 834 • No mesmo campo, denuncia-se um grave escândalo social, condenado como tal, a partir da vida humana. Consiste esse escân– dalo, segundo o texto conciliar, 110 facto de haver: «Algumas nações, geralmente de maioria cristã, que vivem na abundância, enquanto outras não têm sequer o necessário para viver e são atormentadas pela fome, pela doença e por toda a espécie de miséria» 835 • É a denúncia que encontramos também, nos mesmos termos, nas duas redacções precedentes 836 • Trata-se, nesta e nas restantes passagens que citámos ou poderíamos citar, de nos comprom.eter moralmente na luta, a que aludia o Bispo Coadjutor de Strasbourg, na França, para «salvar a vida humana no mundo de hoje» 837 • É mna luta que, depois do Concílio, não se deve travar, própria e directa– mente, a partir de princípios filosóficos ou éticos abstractos, mas a com base na vida real e histórica do homem 838 • É daqui, sobre– tudo, que há que partir para condenar todas as guerras e demais atentados contra o homem, na sua vida concreta. 5. A liberdade humana na origem na moral objectiva A liberdade humana representa outro aspecto, à luz do qual, o texto conciliar 111.ostra o homem como fonte de moral objectiva. 833 G. S., n. 70. 834 Schcma co11stit11tio11ís, pars II, cap. III, n. 74, Acta IV, VI, p. 512. 835 G. S., n. 88. 836 Co11stit11tio pastora/is, pars II, cap. V, n. 95, Acta IV, I, p. 506; Schema co11stitlltio11is, pars II, cap. V, n. 92, Acta IV, VI, p. 540. 837 Acta III, V, p. 292. 838 F. X. MURPHY, Le chrétim moraliste et /e probleme de fo paix, em Ég/ise, p. 291.

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