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O HOMEM FONTE DE MORAL OBJECTIVA 129 Para evitai' confusões, nas últimas observações dos Padres Conciliares, pediu-se para se não falar do útero ou seio materno, porque, mesmo sem se encontrar no útero, o óvulo fecundado está já dotado de vida humana. Por isso se fala, no texto definitivo, do primeiro momento da concepção 810 • A este respeito da força moral da vida, desde o primeiro momento da sua existência, aludira já antes, repe– tidamente, o magistério da Igreja. Dizia o Papa João XXIII, na «Mater et Jvfagístra»: «A vida humana é sagrada: desde que aflora, ela implica directamente a acção criadora de Deus. Violando as suas leis, ofende-se a Divina Majestade, degrada-se o homem e a huma– nidade e enfraquece-se a própria comunidade de que o homem faz parte» 811 • Paulo VI haveria de repetir o mesmo, depois do Concílio, na sua Encíclica «Hwnanae Vitae» 812 . Não é outro o pensamento das demais confissões cristãs. Pode ver-se a título de exem.plo a Decla– ração da Conferência de Lambeth de 1958, publicada pela Confissão Anglicana 813 • De resto, também aqui, o texto conciliar é o reflexo da mente dos Padres. O Bispo Coadjutor de Paris, Mons. P. Vemllot, recordava que a vida é o primeiro de todos os bens 814 • O Bispo de Aysén, no Chile, salientava que ela constitui o maior de todos os direitos do homem 815 . O Cardeal Léger, de Montréal, no Canadá, fazia notar que ela é uma realidade sagrada e tem um certo valor infinito 816 • O Arcebispo de Kraków, na Polónia, Mons. Wojtyla, observava que, diante da vida, surge sempre uma responsabilidade verdadeiramente fundamental 817 • O Bispo de Basilca, na Suíça, referindo-se à sua destruição no seio materno, dizia que um seme– lhante acto constitui autenticamente um crime 818 • Fonte de deveres morais no seio materno, a vida continua a sê-lo também em toda a existência do homem. Por isso, com base na vida, o texto conciliar denuncia todas as atitudes dos homens 810 Sd,ema co11stitutio11is, cxpe11sio modorum, ad num. 55, Acta IV, VII, p. 501. 811 loANNES XXIII, Littcrae E11cyclicac, «l\fatcr et Magistra», AAS 53 (1961), 447: «Homi– num vita pro sacra res est omnibus duccnda, quippe, qnac inde a suo exordio, Creatoris actio– nem Dei postulet. Itaquc qui, ah his Dei constitutis discedit, 11011 solum Dei ipsius laedit maiestatem et sibi humanoque generi imprimit dedecus, sed etiam civiratis suae vires intimes debilitat. 812 PAULUS VI, Litterae Encyclicae «Hwnanae Vitae», AAS 60 (1968) 489. 813 The Lambeth Co1!ferc11ce 1958, London 1958, p. 148. 814 Acta IV, III, p. 256. 81s Ibidem, p. 788. 816 Ibidem, p. 28. 811 Ibidem, p. 243. 81 ª Ibidem, p. 91. 9

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