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O HOMEM FONTE DE MORAL OBJECTIVA 127 moral do matrimónio. O amor tem exigências muito mais profun– das e vinculantes que a própria lei 795 • Por outro lado, nesta nossa sociedade industrial, a própria instituição matrimonial fica sem dúvida muito mais segura se a consolidarmos a partir do amor, do que a partir da simples consideração e força fria da lei 796 • O texto conciliar apresenta ainda o amor como fonte dos grandes deveres morais da fidelidade e da indissolubilidade do matrimónio: «Esse amor, ratificado pela promessa de ambos, e sobretudo pelo Sacramento de Cristo, é indissoluvelmente fiel de corpo e de espírito, na prosperidade e na adversidade; exclui, por isso, toda e qualquer espécie de adultério e de divórcio» 797 • Era já nesta visão do amor que colocavam estes dois deveres fundamentais do matrimónio a segunda e a terceira redacção da Constituição Pastoral 798 • Vários Padres assim os viram também. Podemos recordar, entre outros, o Cardeal Arcebispo de Mialno, na Itália, na sua intervenção durante a segunda sessão de estudo do texto conciliar 799 • O amor co1~ugal é, portanto, norma verdadeiramente deci– siva, dentro da moral do matrimónio. A mesma prole deverá ser condicionada por ele 800 • Outro não foi o pensamento dos Padres. Foi nesse sentido que, entre outros, falou o Bispo de Goya, na Argentina 801 , e o Bispo de Victória, no Canadá 802 , nas suas inter– venções durante a segunda sessão. É este amor que determina o caminho de perfeição no matrimónio 803 • A ele igualmente deverá recorrer-se, por necessidade no momento em que houver problemas a resolver, sem excluir sequer o referente ao método a seguir no controlo nos nascimentos 804 • 795 P. VALOR!, L'esperie11za mora/e, 2. ed., Brescia 1976, p. 221. 796 B. HAERING, o. e., p. 19. 1 9 1 G. S., n. 49. 798 Co11stitutio pastora/is, pars II, cap. I, n. 62, Acta IV, I, p. 479; Scl,ema co11stítutio11is, pars II, cap. I, n. 53, Acta IV, VI, p. 476. 799 Acta IV, III, p. 33. 800 M. F. SANCHEZ J1MÉNEZ, Patemidad respo11sable y Vaticano II, em Sal Terrae, 55 (1967) 192. 801 Acta IV, III, p. 194. 802 Ibidem, p. 75. soJ K. WoJTYLA, Amore, p. 58. 804 B. HAERING, o. e., p. 36.

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