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O HOMEM FONTE DE MORAL OBJECTIVA 111 nacional, como passou a perspectivar-se, nomeadamente depois do magistério de João XXIII 664 • No mesmo contexto da moral económica, a pessoa aparece como critério legitirn.ante e orientativo na posse dos bens, dada a rdação que eles têm com o homem e com todos os homens: «Deus destinou a terra, com tudo o que ela contém, para uso de todos os homens e povos, de modo que os bens criados devem chegar equitativamente às mãos de todos, segundo a justiça, secundada pela caridade. Sejam quais forem as formas de propriedade, conformes às legítimas instituições dos povos e segundo as diferentes e mutáveis circunstâncias, deve-se sempre atender a este destino universal dos bens. Por esta razão, quem usa destes bens não deve considerar as coisas exteriores, que legitimamente possui, só como próprias, mas também como comuns, no sentido de que possam beneficiar, não só a si, mas também aos outros» 665 • É a forma de falar que encontrámos já no primeiro texto, pelo c1ue diz respeito ao destino e orientação dos bens para todos os homens 666 • O texto aparece, quase nos mesmos termos, na segunda redacção, mas falando apenas da orientação dos bens para todos os homens 667 • Na terceira redacção, fala-se já do destino dos bens também para todos os povos 668 . O conceito havia sido defendido pelos Padres, nomeada1nentepelo Padre Aniceto Fernandez, Mestre Geral dos Pregadores 669 • A doutrina, por outro lado, pode dizer-se que já era comum no ensinamento do magistério, nomeadamente a partir de Le:lo XIII, pelo que se refere a esta relação que os bens têm com todos os homens. Na «Rerum Novar11111», ensina Leão XIII que o homem tem. os bens «como administrador da Providência divina e para utilidade de todos» 670 • Pio XII, diz expressa– mente na «Sert11m Laetitiae»: «Deus criou os bens para todos os homens e, por isso, devem chegar equitativamente às mãos de todos>> 671 . Afirma ele m.esmo, na Radiomensagem do Pentecostes, em 1941: «Todos os homens, como seres vivos, dotados de inteligência, 664 B. HAERING, Di11a111is1110, p. 157. 665 G. S. n. 69. 666 Schema De Ecclcsia, cap. IV, n. 23, Acta III, V, p. 132. 667 Co11stit11tio pastora/is, pars II, cap. III, n. 81, Acta IV, I, p. 495. 668 Scliema co11stit11tionis, pars II, cap. III, n. 73, Acta IV, VI, p. 511. 669 Acta III, VI, p. 237. 670 LEO Xlll, Litterae Emyclicae «Rcrum No11anm1•, ASS 23 (1890-1891) 652. 671 Prns XII, Epist11/a E11cydica «Scrtwn Laetitiaer,, AAS 31 (1939) 642: •Bona quae Deus hominibus universis creavit aequa ratione ad otnnes affluant iustitia duce, caritate comite•.

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