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110 ANTÓNIO MONTEIRO variante, no sentido de marcar sempre mais o homem, como critério orientativo 652 • O princípio foi também enunciado repetidamente pelos Padres Conciliares da mais diversa maneira. Os bens foram criados para todos os homens e para eles se encontram orientados, dizia o P. A. Fernandez, Mestre Geral dos Pregadores 653 • Os bens devem estar sempre ao serviço do homem, sublinhava Mons. C. Morcillo-Arcebispo de Madrid, na Espanha 654 • Os bens devem beneficiar todos os homens, de acordo com as suas necessidades e onde forem necessários, afirmava o Bispo de Castel Minore, no Uru– guay 655 • O homem tem que estar no princípio e no fim de toda a vida económ.ica, reclamava o Bispo de Albi, na França 656 • Não se pode admitir que o progresso económico venha a ser causa de mal para o homem, defendia o Cardeal S. Wyszyiíski de Warsawa, na Poló– nia 657 • Outro não era o pensamento do magistério anterior da Igreja. João XXIII recordava na «Afatcr ct Afagistra»: «A economia está orientada para o cultivo e aperfeiçoamento de todos os homens» 658 . Pio XII havia dito ainda antes: «A economia nacional não tem outro fim senão fazer que os cidadãos possam desenvolver-se plcna– n1.ente na sua vida» 659 . Paulo VI faria notar, depois do Concílio, na «Pop11lon1111 Progrcssio>>: a vida económica está toda orientada para o bem da pessoa 660 . Diria ele mesmo, mais tarde, na «Octo.~esi111a Adveniens»: o serviço da economia ao homem é uma das suas condições fundamentais 661 • Dt facto, submeter o homem à economia seria feri-lo no seu próprio ser de homem 662 . Dentro de uma tal visão, é claro que toda a economia tem necessariamente (JUe ser humanitária 663 . Deve estar ao serviço do homem e ter como norma a justiça considerada, não própria e unicamente a nível de classes sociais, como a via inclusivamente o magistério a partir de Leão XIII até Pio XII, mas vendo-a sempre a nível e escala inter- 652 Sche11ia De Ecc!esia, cap. III, n. 23, .rlcta IIT, V, p. 135; Co11stit11tio pastora/is, pars II, cap. III, n.76, Acta IV, I, p. 492 Sc/1e111a c,mstit11tio11is, pars II, cap. III, n. 68, Acta IV, VI, p. 508. 6S3 Acta III, VI, p. 237. 654 Acta IV, III, p. 250. 655 Ibidem, p. 413. 656 Ibidem, p. 425. 657 Ibidem, p. 361. 658 !OANNrs XXIll, Litterae E11cyclicae «1'-1ater et .i'vfagistra», AAS 53 (19(,1) 420. 659 Pms XII, N1111ti11s radíopho,1irns i11 festa Pentecostes, AAS 33 (1941) 200. 660 PAULUS VI, Littcrae E.11cyclicae «Pop11/oru111 Progressío, AAS 59 (1%7) 299. 661 IDEM, Epist11fo apostolica «Octogcsi111a Adve11ie11s», AAS 63 (1971) 433. 662 K WOJTYLA, Ed11cazio11e, p. 109. 663 A. HoRTELANO, Le cha11geme11t des stmct11rcs socio-éco11omiq11es e/ sa relatio11 avec /' J::g/ise, em Église, p. 260.

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