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B1BLIA E TRADIÇ.:W ORAL 83 gregos. os poemas homéricos re(•itaram-se e vulgarizaram– -se orahnPnte antes de serem escritos. Nos arquivos fa– raónicos do Egipto encontraram-se cartas como esta de um funcionário que escreve ao rei: «juntamente com esta tábua envio-te um mensageiro que a sabe de memória». A tábua pode-se extraviar, a metn,ória é mais segura. Entre os judeus, o Talmud, volumoso e difícil, será res– suscitado de geração em geração; e, entre os maome– tanos, o Corão transmitiu-se principalmente por tradição oral. Sobre a negra tenda, no país de 1\fambré, e, depois, nas minúsculas casas brancas do Delta, os filhos de Abraão conservarão e aprenderã-0 a sua história, trans– mitida de boca em boca e escutando os cantores, custódios da tradição oral». Jesus também não escreveu Jesus, autor do Novo Testamento, não fundou a sua religião sobre documento algum escrito. Jesus anuncia a Boa Nova verbalmente, prégando com simplicidade às turbas nas margens aprazíveis do lago de Genezaré, nas esplanadas do templo, nas desérticas colinas da Ju– deia e nos férteis vales da Galileia. O Evangelho foi pré– gado, antes de ser escrito. O Novo Testamento apareceu depois da fundação da Igreja, à qual Cristo entregou toda a autoridade de magistério e jurisdição no decorrer dos tempos. Os Apóstolos ensinaram oralmente e só depois se puseram a escrever; por isso, a sua palavra precede os seus escritos, já que estes foram circunstânciais no seio da primitiYa comunidade. Os primeiros cristãos «eram perseverantes em ouvir o ensino dos Apóstolos» (Act. 2, 42); não falam nada da leitura das Escrituras, por onde se vê a grande impor– tância da prégação apostólica nas origens da Igreja. Não foi pela Escritura, mas por meio da vivente e fogosa pa– lavra dos missionários que se propagou a fé e dilatou

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