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A LE!TURA DA BíBL!A 51 pastores, de cobradores de impostos, de aguadeiras, de lepr.osos e de malvados, dos lírios do campo, dos pardais e das raposas, das serpentes e das pombas, do lago e da montanha; uma história de pecadores, de pequenos in– dustriais, de cegos, de soldados e de pescadores... Estes homens do povo são colocados junto de Herodes, Caifás e Pilatos. As enxadas e os ancinhos dos jornaleiros, as redes dos pescadores ou os cântaros das alegres agua– deiras, têm para Jesus o mesmo significado que o cetro do Imperador Romano, a púrpura dos Reis, a tiara do Sumo ,Sacerdote ou a cmpáfia do Procurador da metró- # pole. A Bíblia está, pois, enraizada no âmago da vida po– pular. Por isso é tão estimada pelas gentes de boa von– tade; livro sempre novo, antigo, simples, humilde como a Natureza, tão natural como ela mesma; um livro que diàriamente se nos apresenta como sol que nos aquece e alimento que nos nutre. Aquele que um dia perdeu a Deus pode reencontrá-Lo na Bíblia. A luz da palavra divina, interpretada pela Igreja Romana, pode indicar o caminho seguro àquele que nunca conheceu a Deus, porque na frase de Jeremias, ela «é fogo que queima e alumia, é martelo que pulveriza a rocha». Palavras sempre actuais de Lacordaire e Tomás de Kempis O P. Lacordaire, nas «Cartas a um Jovem», pergun– ta-lhe: «Que lugar devem ocupar as Sagradas Escrituras na tua vida de cristão1 Continuarão a estar elas encer– radas? Olha-las-ás com um livro misterioso que só o sacerdote tem o direito de abrir, como Ministro do San– tuário, carta da aliança do Novo Testamento, escondida sob os véus do templo, que os fiéis não podem ver com seus olhos nem ÜJC'ar com suas mãos? ». Infelizmente ainda hoje existem estes preconceitos entre os católicos, tanto da parte dos sacerdotes, como

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