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48 A l'v1ENSAGI<JM DA BíBLIA Os Santos Padres teceram-lhe os mais rasgados elo– gios, servindo-se de belas figuras retóricas para enca– recer o seu valor. S. João Crisóstomo diz assim: «Um prado é agradável, um jardim é deleitoso; mas é muito mais agradável o estudo da Sagrada Escritura. Naque– les encontramos flores que murcham; nesta, palavras qu~ encerram uma força de vida sempiterna. Ali, sopra o zéfiro; aqui, quem sopra é o Espírito Santo ... Um jardim está sujeito às mudanças das estações; as sagra– das páginas estão sempre cobertas de folhagem e de frutos». A Bíblia, para os cristãos, não é um livro que se lê uma vez e depois se abandona; não é uma novela ou uma narrafrva de viagens, euja leitura é circunstancial e momentânea; não é um livro que se devora àvidamente, à espera do desfecho sempre apaixonante; a Bíblia é o livro de todas as horas e de todos os momentos da vida, cujas páginas se passam devagarinho para se poder sentir e perceber toda a luz, verdade, força e vida que promanam das suas linhas. Deste modo, a alma abisma-se eada vez mais nos insondáveis segredos de Deus, mani– festados neste liYro insigne. A Bíblia é, pois, o melhor lhTo de leitura espiritual, porque é o liYro de Deus. A Sagrada Escritura, pela sua origem e destino e pdo uso que dela se dew fazer, é o livro dl'fitinado a todos os fiéis. Não foi eserito para uma categoria selecta de judeus ou de cristãos, mas para toda a sinagoga e para toda a Igreja; sobretudo, o Evangc>lho e as cartas apos– tólicas, dirigidas às comunidades da Igreja nascente e aos cristãos de todos os tempos. A Bíblia, alimento espiritual dos primeiros cristãos A Bíblia, nos primeiros séculos do cristianismo, foi o alimento quotidiano e assíduo da piedade e oracão dos fiéis, tanto das classes supc>riores e instruídas c~mo da plebe. Os santos e sábios doutores da Igreja recomenda– vam esta prática, e assim forain, apareeendo as tra-

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