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Hesta-nos ainda um capítulo muito importante e sem– pre actual, sobretudo nos nossos dias, em que os homens parecem fruir diabólicas delícias na imolação dos seus talentos ao serviço da discórdia e do aniquilamento. É o capítulo a que dou o título: «Promessas de imortalidade». Uma recente literatura, federada no «Club do sor– riso», adoptou como tema dos seus sarcasmos uma ver– dade séria, tão pavorosa e evidente, como a morte ou os mortos: tais são, entre outros, os livros dos brincalhões Alvaro de Laiglesia e Hafael Azcona: Hó morrern os idio– tas e Os Mortos não se tocam, Nené. f<J para lastimar que dotes tão brilhantes sejam estragados em coisas tão ba– miis; toda a literatura que não seja construtiva, que não eleve, não se pode classificar entre as obras reeomendá– vcis... «Não temas o decreto da morte - diz o Eclesiás– tico - ; Lembra-te do que existiu antes de ti, e do que virá depois de ti: é um decreto que Deus pronunciou para todos os mortais» (Bcles., 41, 5). «'l'oda a carne enYelhece como o feno, e eomo as folhas que crescem sobre as árvo– res verdes. Umas folhas nascem e outras caem; assim é a geração da carne e do sangue: uma fenece e outra nasce. Toda a obra corruptÍYol virá, enfim, a perecer, e aquele que a fez irá com ela» (I<Jcl., 14, 18-20). EJi.clamação de .um desesperado Escreveu um autor com a raiva de um desesperado : «E nem os mortos podem estar tranquilos sob as flores e as mentiras dos cemitérios». Tão categórica afirmação é falsa e atrevida.

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