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Fü~rn DE ALfü-mIA 295 doira, independentemente das circunstâncias externas. l\Ias, para que isto possa ser assim, é preciso saber sole– trar no grande li-vro das criaturas o nome radioso do C'ria<lcr; o que :só :-;e conseguirá se formos humildes e r1c eoraçã,0 puro. Na :sua Apologia do Cristianismo, '\Veis escreve: «O mundo deu sempre em dizer que a Yida do Cristia– nismo é uma Yida triste e aborrecida. Já os primitivos eristãos tiYeram de suportar esta acusação, lançada pe– los que apenas conheciam a sua conduta por referências. Os quri pensam desse modo, não sabem o que significa o verdadeiro cristianismo, praticado com seriedade. De con– tráriu, compreenderiam melhor a origem desta vida ale– gre, a infantil jcrdalidade, o ânimo franco e sereno que tlistingue todas as esferas cristãs e todas as épocas da hihtória onde singularmente predomina a fé». Mesmo nos Ü'mpos aetuais tempos de compreensão P de fingida coexistrnria , trilhando a esteira do nii– J i,:ta l' lunátiro Nir,tzsehe, acusa-se o Cristianismo de des– truidor da alegria. «Um Crucificado, formoso Deus de alPgria», exclamam. É rerto que a Cruz, com as suas li– nhas rígidas e duras, o madeiro despojado e frio, com dois troneos nus a fingir de braças, à primeira vista, pareee ser um símbolo de tristeza e de desconsolo. S. Paulo, enfrentando a oposiçãn do seu tempo à pregação evan– góliea, afirmava: «Nós pregamos a Jesus Cristo, estul– tíeia para os gentios e escândalo para os judeus... » (I Cor. 11 28-24). Aqui está o profundo e insondável mistério eristão; uma cruz fonte de felicidade, de gozo sempi– tPrno; porém, só o é para aqueles que dobram humilde– mrnte a sua razão engrandecida e se submetem humil– demente, com a simpliicidade de uma criança, aos incom– preensíveis postulados da fé; a razão tem os seus limites, e há uma linha divisória entre o que pode ser percebido pela razão e o que 1\nieamente pode ser captado pela luz da fé, fundada na autoridade de Outrém que eonheee a existência desse mundo de verdades ineompreensíveis para o contingente e falí-vel entendimento do homem.
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