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2Dl monia de vozes e sons multiformes, na qual o homem eleva também o seu grito num canto jubiloso e pacífico: «Lou– vai a Deus no Seu santuário; louvai-O no firmamento da Sua majestade; louvai-O pelos Seus feitos; louvai-O pela munifü•ência da Sua grandeza; louvai-O ao so:tn de trombetas... 'l'udo quanto respjra louve a Deus! (Ps., 150, 1 e ss.). Desta concepção do mundo, nasce toda a poesia dos antigos povos e é nisto que 'O homem moderno tem de fundamentar a sua alegria, no meio dos acontecimentos quotidianos. Ninguém, como o eristão, tem direito a ser alegre, porque ninguém como ele compreende que Deus está presente nas árvores, nos pássaros, no mundo orgâ– nico e inorgânico, cm todas as criaturas e, por isso, a sua alegria tem necessària1nente de se distinguir da ale– gria dos mundanos que se di-vertem louca e insaciàvel– mente. Disse-o Jesus: «Dou-vos a minha paz. deixo-vos a minha paz, mas não vo-la dou como o mundo a dá» (Jo. 14, 27). Só o cristão tem direito a esta autêntica e beatífica alegria, porque ninguém fora de.lc resolveu os inquietan– tes pontos de interrogação que entenebrecem o espírito do homem. «Não há dúvida: o homem extraviou-se na aspiração unilateral dirigida ao aperfeiç.oamento do exte– rior e do entendimento, e perdeu-se nos ermos arenosos despidos de toda a vegetação. Uma civilização que so– mente penetra no cérebro e J ;J.ão no fundo do coração e da altna, uma civilização que unicamente aperfeiçoa e exalta os sentimentos inferiores, ê uma civilização sem alegrias, porque não pode satisfazer nem fazer feliz o homem inte– rior». Vivemos numa época raquítica ou pletórica de ale– gria? O optimista que isto se atrevesse a afirmar seria um indeseJável e, com certeza, bem poucos acreditariam nele. Porque a característica da nossa época, o rasgo fun– damental da vida popular - apesar da fanfarra externa e do sorriso na flor dos lábios - é a tristeza em todas as faces e uma ausência de alegria que leva ao desespero.

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