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284 A '.\lEXf::L\(1-EM DA BíBLIA D:lstoyeski, numa das suas no,·elas, ('Screve esta bela e lúcida frase: «Tudo é mistfrio; em todas as coisas está latPnte um mistério de Deus. Bm rada árrnre, em cada fiozinho de erYa, na rnrola de eada flor ... , no pássaro que eanta, tudo ó um, só C' mesmo mistério». Tal como o amor, a <lor ó também um mistério. J\Ias um mistório que aptoxima os homens <k Deus, SC'gundo aquelas pa'.aYras de Ooethe: «(~uem não regou ainda com as suas lágrimas o btwado de pão que nwte à boca, ou niío passou noites difícei8, rhorando sozinho no seu lrito, é J;orqup 'l'e não conheer, ('éu bondmm». «Se a8 eoisa8 tr eorrem mal wm para junto de mim», diz Tomás de Kem– pi.,. O hom<'m na,;ec'u para sofrer; «naseer aqui e em t·orpo mortal, é eomPç:ar a estar doente», tinha dito 8anto Agostinh<J. A dor engendra na alma uma misteriosa me– laneolia, que nos faz ;;entir saudade de outra ,;ida melhor. (Cfr. J\farehal, Esperance a tous ccux q1U: pleurent). «Levanto a minha voz a Deus e clamo . .. » f<} Dtms que rn'.is procuramos no fraeasso, nas elau– cliear;ões, nas ingratidõPs, na falêneia eeonómiea, na trai– ção 'do amigo. O homem que sofre ('. t()(1o o homem sofre e pena , po<frria gr,war no seu eoraç:ão as exda– rnações do salmista, repassadas de vi,·a esperança: «Le– vantü a minha voz a Deus e damo, <' Ele me eseuta. Proeurei ,J avé 110 dia da minha tribulação, e as minhas mãos se erguiam para Ele sem descanso, pela manhã e à noite ... A minha alma lembra-se de Deus e chora; e o mPu eoraç:ão medita e viYe angustiado ... ú Deus, santos são os Teus eanlinhos! (~ual Dcn8 ó tão grande como o nosso Deus? 'l'u és o Deus qw, opc•ra maravilhas» (Ps., 77, 2-4, 14-lfí). Os autore8 sagrados eom1mseram igualmente eonso– ladoras orações para ,o tempo do sofrimento. Isto indica que a prece •foi o principal meio de eonsolaç:ão tanto para o porn <le Israel eomo para a primitiva igreja. O após-

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