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A DOR À LUZ DA PALAVRA DIVINA 283 ções de Deus. O homem não compreende os caminhos de Deus nü governo do seu destino... A resposta ao problema da dor não é a renúncia definitiva e mal-homurada do pessimi&mo. É antes, a pré– via tranquilidade do optimismo, o qual busca em Deus a solução de todos os enigmas que nos torturam. É, em última análise, a profunda e humilde piedade, que se inclina com respeito diante da insondável grandeza de D('U8, crendo na Sua justiça e no Seu am'or, mesmo sob os golpes do sofrimento. Como exortação aos homens de todos os tempos, do– brados pela dor, a resposta do paciente Job, às queixas da 8Ua rabujenta e insofrível mulher, têm ressonâncias ,fo eternidade: «Disse-lhe então sua mulher: Ainda perseveraB na tua simplicidade? Bendize a Deit:s e morre. Job respon– deu-lhe: Falaste como u:tn,a das mulheres insensatas; se nós recebemos os bens das mãos de Deus, porque não haveremos de receber também os males» (Job, 2, 9-10). Em todas as coisas está latente um mistério de Deus O sofrimento não pode ser banido da terra. A sabe– eforia está, pois, em nos Habermos acomodar ao mal. Na Bíblia aprendemos a sofr(>r. Aprendemos a arte real da paciência, sem a qual a Yida é noite escura e dura pena. «Porque a aurora - na frase de Tomás de Kempis nasce para quem se refugia em Deus durante as horas obscuras; o seu acto de abandono é o canto matinal que anuncia e sauda o novo dia». Os que amaldiçoam a vida não chegaram a compreen– dê-la. Só o cristão a pode abençoar, por saber que vive para cumprir um glorioso destino e para participar na execução de uma obra eterna. Cristo deu-nos o exemplo na última noite, na sangrante soledade do }\fonte das Oliveiras: «Pai, se é possível, afasta de mim este cálice; mas, faça-se a Tua vontade e não a l\íinha» (Mat., 26, 39).

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