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A DOR A LUZ DA PALAVRA DIVINA 281 jogo de cartas. Não podemos evitar o jogo que nos foi distribuído, mas podemos rrmediá-lo na maneira como jogamos. O desamor de certas vidas é sempre por culpa de urna alma; a dor da vida nem sempre é assim. O srgredo é sabt>r levar as nossas pequenas cruzes, sob a so:mbra da cruz, «daquele cujo Amor transformou a Vida, cuja vida transformou a dor e cuja dor transformou a morte» (P. Cheen). Nada há tão forte no mundo como o sacrifício do amor, que yence o próprio sofrimento; portanto, os SQ– frimcntos e a morte, oferecidos com amor, são a per– feição mais sublime da vida, e tudo o que de mais heróico o homem pode fazer sobre a terra. Por isso, a Paixão do ]'ilho de Deus sobre o Gólgota é o acto culminante da história do mundo. Na eomuni<1ade solidária da vida e do amor, na Igreja de Cristo, as obras e sofrimentos de cada qual fazem-se bens de todos; tal como a Paixfw de Cristo, g dor de cada cristão obt{,m o perdão para os outros. Assim explica a Bíblia o enigma da dor no mundo. O NoYo TPstamento dá ao sofrimento um posto relevante no centro da religiã 1 J. O que no Antigo Testamento era promessa luminosa para o futuro, no Novo Testamento converte-se em gozosa e tangível realidade, graças aos so– frimentos que o Salvador padeceu pelos homens. Mediante a Rua palaYra, o Sr;u ('xemplo e os Reus Sacramentos, os discípulos herdam o rico património das divinas conso– lações. «Pois, como diz S. Paulo, à medida que crescem em nós os sofrimentos de ( 'risto, cresce tamb{,m por Cristo a nossa consolação» (II Cor., 1, 5). Humildade perante a insondável grandeza de Deus «Eternidade! InsondáYel eternidade da dor! Multi– plicar-se-á maraYilhosanwnte a espéeie humana; realizar– -se-ão as mais profundas transformacões! ... Junto a um balcão, na cidade, ou em easa haYerí{ sempre um homem com a cabeça rec,linada Pntrc as mãos, meditabundo e triste. Não lhe poderão tirar o dolorido sentimento que

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