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2i6 A l\IENSAUK\I DA IHBLL\ . Nas páginas da Bíblia <>ncontramos uma espécie de substractum, que constitui o que poderíamos chamar fun– damento metafísico do castigo e quP se acha profunda– mente concretizado na frase dos Provérbios, anteriormente citada. A fórmula mais elevada do temor de Deus é a generosa aceitação das provas, as quais são também um sinal da benevolência divina. Bste pensamento está am– plamente desenvolvido em ,Job: «Dito,;o o homem a quem Deus castiga» (5, 17-18; 3a, 16-28; 27, 30). Como bem comenta o grande Bossuet, a bondade e a justiça Hão OH dois braços de Dmrn; maH a bondade é o braço direito. «Castiga porque ama, e ama ao,; que castiga, pois, em;– tiga no tempo para não ter de castigar na eternidade». A razão última da dor é o amor de Deus para com os homens. Quando o sofrimento entra a formar parte da vida do homem, os horizontes da alma tornam-se mais amplos. A luz da eternidade cai sobre a alma quando esta se sente subjugada pela violência das lides quotidianas, ensi– nando-a a estimar as coisas e os acontecimentos do mundo, no seu justo Yalor. Pela dor, o coração humano conhece quase sempre ·o verdadeiro sentido das suas accões e a necessidade da con– versão. Lendo a vida dos homc>;1s que, afastados da Igreja, encontraram um dia a luz da verdadeira fé, concluímos que foi a dor que, lenta e silenciosamente, os fez entrar no santuário da verdade. Deste modo, a dor converte-se num meio de sofrimento. A dor na conversão de Garcia l\,forente . Garcia l\íorente, professor incrédulo de filosofia que, Juntamente com Ortega e Gasset ensinou na Universi– dade Central de l\Iadrid, e a quem um venturoso dia Deus saturou de tanta abundância de luz até o levar ao sacerdócio -- , escreve estas admiráveis linhas sobre a efi– cácia e missão da dor no destino dos indivíduos :
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