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180 A. nrnNSAGKl\I DA BíBLIA pela ordenação divina que relaciona um elemento com outro. O Evangelho de S. João (19, 33), ao referir que os soldados se abstiveram de quebrar as pernas a Nosso St>nhor, porque já estava morto, comenta: Estas coisas sucederam para que se cumprisse a Escritura: não que– brareis nem um dos seus ossos» (Êx. 12, 46). O cordeho pascal dos Israelitas, que devia ser assado, é tipo, figura do Cordeiro Cristo (anti-tipo), mas para que esta rela– <;ão exista, requere-se a intervenção de Deus a ordenar que uir~a coisa signifique a outra. Entre os modernos começa a admitir-se que uma comparação conserva o seu valor, embora o termo que r-;erve de ponto de partida não tenha existêncfa !'eal; portanto, uma simples descrição literária pode ser tipo ou figura de um facto real. 'l'emos um exemplo na nar– ração de Jonas engolido por um peixe e seu feliz sal– vamento; segundo bastantes exegetas, esta passagem con– serva o seu valor de figura da sepultura e ressurreição do Senhor (l\fat. 12, 39-42). Isto rasga luminosamente novos horisontes da tipologia e soluciona aparentes anomalias. a) Existência do sentido típfoo. - O elemento :for– mal, a essência da tipologia, consiste na ordenação di– vina de um facto do Antigo Testamento significar outro do Novo 'l'estamento. Os escritores do Novo Testamento, tinham uma consciência clara da misteriosa unidade dos dois 'l'estamentos, o que não quer dizer que todas as cita– ções aduzidas pelos hagiógrafos neo-testamentários, mes– mo quando usam frases como esta: «isto aconteceu para que se cumprisse a Escritura... », devem ser usadas para provar a existência do sentido típico, pois é muito difícil determinar o modo como citam os hagiógrafos e que alcance querem dar às suas citações. Alguns escritores antigos, como os da Escola de Alexandria, e alguns medieyais e modernos exageraram lamentàvelmente a tipologia, vendo em cada passagem do Antigo Testamento uma figura do Novo, encontrando

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