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INSPIRAÇÃO E INERRANCIA 169 história vigente entre os povos semitas e, principal– mente 'entre o povo judaico. A questão está estreita– mente' relacionada com a teoria dos géneros literários, da qual já falei amplamente. Por isso, serei breve na exposição deste artigo. Luz na «Divino afflante Spiritu» Pio XII aponta-nos magistralmente o caminho. Esta investigação, diz o Papa, provou já, claramente, que o povo de Israd se a-:antajou singularmente a outras anti– gas nações orientai,; em e,;crever bem a história, tanto pela antiguidade como pela fü,l narração dos factos, o que indubitàvelmmte proePde do carisma da di-:ina ins– piração e do fim peculiar da história bíblica, que é essen– cialmente religioso. Contudo, também entre os escritores sagrados, à semelhança de outros mais antigos, se en– contram certos modos de expor e narrar, certos idiotis– mos próprios, sobretudo das línguas semitas, as chama– das aproximações, e certos modos hiperhólieos de falar. 1\Iais ainda: algumas -:ezes topamos com certos paradoxos, mediante os quais as coisas ficam melhor gravadal;l na mente... Conhecendo, pois, e apreciando com Pxactidão, os modos e as maneiras de dizer e escrever àos antigos, rPsolver-se-ão muitas dificuldades que se opõem à 'ier– dade e fidelidade das Sagradas Escrituras e este estudo será muito proveitoso para se poder entender melhor a mentalidade do autor sagrado». O problema da historicidade da Bíblia reduz-se ao problema dos géneros literários, pois a sua solução eon– siste em determinar os modos e os moldes do género lite– rário empregado na Bíblia. O primeiro rasgo fundamen– tal das narrações históricas da Bíblia, é a subordinaçã.o, mais 'ou menos exaustiva, da história a wma tese reli– giosa. Cada livro tem um fim religioso específico; a his– tória bíbliea é a história da revelação e a mensagem da salvação. Por via disso, o autor sagrado subordina os acon– tecimentos, pondo em relevo esta tese religiosa; escolhe

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