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158 A 1IBN"SAClKM DA BíBLIA rior à natureza humana e, além disso, a sua aplicação positiva à consecução desse efeito. Esta moção da causa superior, como superior intrinsecamente à natureza do sujeito instrumental, não é habitual ou permanente, ine– rente à natureza humana, mas transitória, isto é, dura somente enquanto subsistir o influxo causal do agente principal. O efeito destas duas causas, agindo intimamente uni– das, é pertença de ambas, embora de modo, diverso. Como Deus é o autor principal, o livro é singularmente divino, não só pelo argumento, mas por razão da origem. Por outro lado, como a causa instrumental é humana, en– quanto o hagiógrafo actua pelas suas potências co-na– turais e específicas, desenvolvendo plenamente a sua acti– vidade, eomo qualquer outro escritor humano, o homem é também, na verdade, autor do livro; precisamente nessa actividade humana, peculiar à causa instrumental, encontramos a razão da diversidade de estilos, e até a possibilidade de defieiências literárias. A acção de Deus recai primeiramente sobre as po– tências intelectuais do hagiógrafo, pois o fim concreto da sua actividade é precisamente a produção de um efeito de tipo intelectual: o livro. Por isso, para que o livro Reja divino ou sobre-humano, requere-se uma misteriosa ilustração ou iluminação da parte de Deus, para discer– nir e conhecer a verdade, o que supõe uma especial in– tervenção tlt> Deus que preserve a Yeracidade do hagió– grafo (juízo especulativo ou teórico), em tal grau que os juízos emitidos por ele sejam também juízos diYinos e, consequentetnente, infalíveis, em Yirtude de os juízos humanos terem sido elevados a uma ordem superior aos meramente humanos do autor. Por outra parte, o autor' humano, sob a iluminação da luz divina, julga da con– Yeniência prática (juízo prático) de pôr por escrito tal juízo especulativo ou tal documento que sirva para a ilustração da Yerdade que se propõe exprimir. Esta iluminação do entendimento especulativo não supõe a revelação de verdades novas, desconhecidas do

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