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154 A :'IIENSAGE~f DA BíBIA II. - NATUREZA DA INSPIRAÇÃO A inspiração é um influxo sobre o hagiógrafo, em virtude do qual Deus é verdadeiro autor :físico dos Livros Sagrados juntamente eom o hagiógrafo. Até ao século XVIII, tanto entre os católicos como entre os protestantes, a inspiração concebe-se como um «ditado» que Deus faz ao hagiógrafo que o escuta e depois o escreve. Não se preocupam nem da psicologia religiosa, nem da evolução da linguagem, nem dos pos– síveis conflitos entre a Bíblia e os dados das ciências naturais. Os Santos Padres falam do homem inspirado como de um plectro ou uma pena dirigida pelo Espírito Santo. Convém ter presente que estas imagens, tal como a palavra «ditado», implicam muito menos passividade para os antigos do que para os modernos. Mas os estudos filológicos, históricos, filosóficos, de psicologia religiosa e 'Os achados científicos levaram a ponderar com mais atenção e a avaliar convenientemente a actividade do ha– giógrafo, a sua cooperação vital e fecunda, na compo– sição do livro. «A nossa época, diz Pio XII, na Divino afflanto Spirit11c, do mesmo modo que acumula novas questões e novas dificuldades, também, por favor de Deus, submi– nistra novos recursos e subsídios para a exegese. Entre eles é digno de especial menção o que os teólogos cató– licos, seguindo a doutrina dos Santos Padres e do An– gélico Doutor, exploraram e expuseram com maior per– feição que nos séculos passados, a natureza e os efeitos da inspiração bíblica, pois, partindo do princípio de que o escritor sagrado, ao escrever o seu livro, é orgão e ins– trumento vivo e racional do Espírito Santo, observam rectamente que sob o influxo da divina moção, de tal modo fazem uso das suas faculdades e energias que, pelo livro nascido da sua acção, todos podem verificar a «ín– dole própria de cada um e por assim dizer, os seus rasgos e características singulares». Posições diversas - Perante a constatação da per-

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