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INSPIRAÇÃO E INERRÃNCIA 151 ou algum Apóstolo, tais afirmações terão um valor irre– futável, visto que a sua missão divina, a sua qualidade de enviados do Pai, está também históricamente compro– vada. Os judeus já consideravam os Livros Santos como palavra de Deus, escrita por Seu mandato. Deus ordena a Moisés que ponha por escrito as suas palavras ( Ex. 17, 14). Os profetas falam por" ordem de Deus, sob o impulso do Espírito Santo, e escrevem os oráculos para que fiquem gravados na memória dos vindouros (Is. 30, 8; Jer. 30, 2). Entre os outros escritores existe a con– vicção de que escrevem em nome de Deus. Os rabinos invocam a autoridade absoluta da Escritura com ex– pressões características, como : «ela disse», «segundo o que foi dito», «segundo está escrito», e outros vocábulos semelhantes. As mesmas fórmulas encontramos na boca de Jesus e dos Apóstolos., Quando fazem alusão ao Antigo Testa– mento, usam fórmulas solenes e consagradas, para deter– minar a autoridade da Escritura: «como está escrito», «está escrito». Acodem às Escrituras quando querem pro– pôr um argumento irrefragável (Jfa.t. 4. 4; 111arc. 11, 17; Luc., 7, 27; Jo., 2, 17; R. 1, 17; I Pet. 1, 16); «Deus disse» (II Cor. 6, 16). A lei de Moisés, os Salmos, os Profetas (Luc. 24, 44) devem «cumprir-se» (Ma.t. 26, 54; Marc., 15, 28) e não podem falhar (Jo. 10, 35) por– que contêem os «oráculos de Deus» (Hc. 7, 38; R. 3, 2). É Deus quem falou a Moisés (Marc. 12, 26; Jo. 9, 29) e pela boc.a dos santos profetas (Luc.1, 70; R.12). Nas disputas com os judeus, Jesus aduz a Sagrada Escritura com autoridade máxima e infalível: «Esqua– drinhai as Escrituras, já que nelas julgais ter a vida eterna, porque elas falam de mim» (Jo. 5, 39). Como se dissesse: «Isto é verdadeiro e certo pelo simples facto de estar escrito no livro da Lei». A força do argumento funda-se na convicção da origem divina da Escritura. Isto indica uma causalidade divina, em virtude da qual os livros são palavra de Deus.

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