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INSPIRAÇÃO E INERRANCIA 149 universal; mas não é critério infalível e universal, pois poderia aplicar-se também a outros livros de doutrina dogmática e moral excelsa, por exemplo, à imitação de Cristo, e, além disso na Bíblia encontramos livros cujo conteúdo religioso está reduzido à mínima expressão, e o seu valor literário é quase nulo. 2) Critério histórico, igualmente aduzido pelos anglicanos. A origem divina da Bíblia manifesta-se pelos milagres e profecias ali narrados. Porém, tal critério não é universal, porque há livros nos quais falta o elemento profético e milagroso, V. Gr. Rut, I Paralipómenos e grande parte dos sapienciais. Segundo isto, teríamos de negar a Slla inspiração. Também não é infalível; o milagre, enquanto facto sensível, pode ser descrito por qualquer narrador, seja ou não inspirado. 3) Critério -Empírico (usado entre os Calvinistas, Luteranos e modernistas). Segundo alguns, o leitor des– cobre a origem divina dos Livros Sagrados pelos efeitos admiráveis que produz na sua alma: gosto, sabor espi– ritual, sentimentos de compunçã.o, desejos de virtude; segundo outros, Deus põe em cada leitor uma iluminação interna para que ele possa determinar quais são os livros inspirados. Estes critérios, puramente subjectivos, estão expos– tos a ilusões e a alucinações : pois há muitos livros as– cético-místicos capazes de impressionar mais vivamente certos leitores que outros livros da Sagrada Escritura. a) O teste11wnho meramiente: lmman,o é também insu– ficiente para provar a origem divina de um livro. O testemunho meramente humano está exposto a falhar e, por isso, pode dar uma certeza divina, requerida para admitir o facto da inspiração. c) Poderia perguntar-se: o simples facto de um livro ter sido escrito por um Apóstolo não provaria suficiente– mente a sua inspiração e origem divina? A esta pergunta os autores respondem: 1) É certo que S. l\íarcos e S. Lucas não foram

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