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lNSPIHAÇ.:W 1'J INI<JRRÃNCIA H7 «inspiratio»; corresponde ao termo grego (theopneustia», que S. Paulo aplica à Sagrada Escritura numa passagem muitas vezes citada (II Tim., 3, 16) e que se traduz: «inspirada por Deus». Etimologicamente, o verbo latino «inspirare», cor– responde ao grego «pneuo» e significa em sentido pri– mário: soprar, aspirar ar, etc. Em sentido translatício: influir de múltiplas maneiras: amor, ódio, medo, desejo, compaixão, etc. Teolàgicmnente, inspiração é uma graça de Deus que se recebe no entendimento e se chama «ilustração» (illu– ininatio), na vontade e se denomina «moção», «influên– cia» (inspiratio). Em virtude desta graça, Deus influi no escritor hu– mano como num instrumento racional, e da acção de Deus, íntima e misteriosamente unida à acção do hagió– grafo ou escritor humano, resulta a composição de um livro, do qual tanto Deus como o hagiógrafo são causas totais, autores verdadeiros, embora Deus seja sempre au– tor principal. O livro composto por nbra e graça do influxo divino e da actividade pessoal e livre do hagió– grafo rerebe os nomes de inspirado, canónico, sagrado, divino, etc. «Este duplo carácter dos livros santos, na sua to– talidade obra de Deus e obra do homem, é fundamental para o conhecimento e interpretação das Divinas Escri– turas, e quem o não tiver presente, tropeçará na leitura destes livros com inúmeras e insolúveis dificuldades. O autor humano é orgão, instrumento do Espírito Santo; porétn, instrumento vivo, e racional que, sob o acção de Deus, desenvolve a sua actividade e usa das suas faculdades, de tal modo que a sua personalidade fica gravada no livro que escreve, como fàcilmente po– derá deduzir o leitor. É necessário, pois, na interpre– tação, penetrar nele enquanto possível, não prescindindo de nada que nos possa dar a conhecer o autor com todos os seus rasgos pessoais característicos, sua formação es– piritual, condições de vida, tempo cm que viveu, fontes

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