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BELEZA DA BIBLIA 127 11ove séculos a sabedoria dos homens leva-nos à dúvida angustiosa de um mundo em decomposição; depois de dezanove séculos, Cristo fala-nos de Deus, da nossa alma, da salvação, do dever, da liberdade, da justiça, eomo se tivesse acabado de ouvir o grito do nosso inquieto e con– turbado coração. Contemplai as obras dos filósofos Hegel e Espinosa, estudai as suas atormentadas produções, se– gui a agudeza dos seus arrazoados e depois tomai o Evan– gelho, lêde, ao calhar, um discurso de Cristo, ponde ao lado de Hegel e Espinosa a doce e serena figura de Cristo. Onde está a doutrina que pode entusiasmar os espíritos mais eminentes e consolar 'os mais pequenos? Onde está a vida e a esperança? Onde está a regra do dever e da justiçai Os sistemas de Espinosa não sobre. viveram ao seu mestre: a teoria de Hegel está morta e arrumada, como todas as obras humanas. Só uma filosofia mantém a sua imutável vigência. l<J a doutrina d'Aquele que disse aos homens: «Eu sou o caminho, a verdade e a vida» (Jo., 6). «Quem vem atrás de mim não anda em trevas» (J o., 8, 12). Aquele que guarda a minha palavra jamais perecerá». (J o., B, 51). Lucidez de Alexandre Dumas Alexandre Dumas, escritor diabolicamente imoral e degenerado, num momento de lucidez, escreveu sobre os Evangelhos estas palavras atiladas, que transcrevo, para fazer ver como os livros santos exercem uma fascinação irreprimível, mesmo sobre os espíritos extraviados: «De– pois de Homero teve lugar um facto extraordinário e imprevisto. No meio dos poemas orfeicos e védicos, de– pressa se viu éair do céu um pequeno livro a cujo con– teúdo não iguala um cântico da Ilíada, ou da Ramayana, e este livro narrava aos homens a história mais admirável que seus ouvidos jamais ouviram e pl'opunha-lhes a mo– ral mais pura, mais inteligente e mais consoladora. A Humanidade sentiu-se repentinamente renovada, trans– formada, com a pregação de certos rapsodos vindos da

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