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BELEZA DA BíBLIA 121 citadas solenemente na Igreja, nos dias da Semana :-lauta, como manifestação da sua dor imensa pela morte de Cristo, pertence também à poesia lírica do Antigo 'l\·stampnto. Í<J uma colecção de cinco poemas elegíacos sobre a ruína de Judá e a destruição de Jerusalém. Estes poemas estão claramente influenciados pelos cantos fúnebres usados nos funerais antigos. Embora não ocupem o pri– meiro lugar na poesia hebraica, contudo, encerram uma grande beleza artística. O poeta descreve, com vivo rea– lismo, o assédio de Jerusalém, desolada e abatida pelos seus inimigos: «O ,Senhor destruiu sem piedade todas as moradas de Jacob ... abateu 110 furor da sua ira toda a potência de Israel. .. destruiu o seu santuário ... suas portas foram lançadas por terra; quebrou os seus fer– rolhos, os anciãos de Sião sentam-se mudos na terra, a cabeça coberta de pó, vestidos de saco, e as virgens de Jerusalém inclinam as suas cabeças para a terra... 1\1eus olhos estão desfeitos pelas lágrimas, revoltam-se as minhas entranhas, meu fígado derrama-se na terra ao ver ti desastre da filha do meu poYo, o desfalecimento das crian– cinhas, mesmo as de peito, nas ruas da cidade... Os que passam batem as palmas por ti e movem a cabeça contra ,Jerusalém. Ê esta a cidade que todos diziam formosa, a delícia de toda a terra? Levanta-te e chora ao comeear as vigílias da noite; derrama, eomo água, o teu cora~ão na presença do Senhor. Ergue para Ele as tuas mãos pela Yida dos teus pl'queninos. Vê, ó Deu,;, e eonsidera a quem assim desolaste. Ê possívd que as mães tenham de comer os frutos das suas entranhas, as crianças que amamen– tam? Que se faça eruel mortandade de sacerdotes e profrtas no santuário do Senhor? » (Lam., 2). O poeta continua a desercYcr, em tom lúgubre, .q <'atastrófica situação da cidade destruída pelo inimigo, os sentimentos de compunção e arrependimento e, por fim, a misericórdia de Deus. B fá-lo eom um realismo impressionante que comove o mais íntimo da nossa alma. É imp.ossfrel descreYer de um modo mais YÍYo e patético