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BELEZA. DA. BíBLIA 119 tura eclipsa-se, desaparece perante a presença do Omni– potente. O poeta ocidental, mesmo na presença do infi– nito, conserva a sua individualidade. A sua actividade em relação ao 'Objecto é mais intensa, activa e pessoal. Isto leva-o a pôr em relevo as fórmulas artísticas, os contornos e situações. Seria esta a causa que explicaria a inexistência do drama na literatura de Israel. Epopeia Israel teve, indubitàvelmente, as suas epopeias, eujos vestígios encontramos nalgumas passagens do An– tigo Testamento; por exemplo, a história do arc-0 íris, sina Ida alian<;a; a paragem do sol, por ordem de Josué; passagens do livro dos J uizes, como a história de Dé– bora (Gen., 6, 1 e sg.; JoS'., 10, 12; Jue., 4-5; 11, 13-16). Lirismo O género lírico sobressai na literatura de Israel, principalmente nos livros profétic.os e sapienciais. Quero citar algumas passagens dos livros proféticos : Isaías canta, numa emocionante alegoria sobre a vinha, os so– lfoitos cuidados de Deus para com o seu povo e a ingra– tidão deste para com o seu Deus (IS'. 5). Não menos emocionante é o hino de acção de gra<;as do rei Ezequias, agradecendo a saúde recuperada: «Eu disse: na metade dos :tneus dias irei às portas do sepulcro, privado do resto dos meus anos. Disse: não verei mais o meu Senhor Deus na terra dos viventes. Não verei mais homem al– gum, nem habifante do repouso. Foi-me tirado o tempo da minha vida; e ele se me enrolou como uma tenda de pastores. A minha vida foi cortada como por um tecelão; quando eu ainda a estava urdindo, ele ma cortou; desde a manhã até à tarde tu aca– barás comigo. Eu esperava até amanhá; ele C'Omo um leão, quebrou todos ·os meus ossos. Desde a manhã até

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