BCCCAP00000000000000000000426

118 A :Ml~NSAGEM DA BíBLIA as ilhas são também como o pó miúdo que o vento leva» (40, 12-15). Deste modo, pelas imagens que a Bíblia toma da natureza, a criação inteira é posta ao serviço do con– teú<lo doutrinal: água e fogo, ar e terra, chuva e geada, tempestades e furacões, mares e planícies, areia e argila, metais e plantas, pedras e animais. A estas imagens da natureza. ajunta-se outro grupo tomado da actividade humana: a agricultura, a caça, a pesca, o comércio, as batalhas... O espírito dos poetas e escritores da Bíblia--Bspírito requintadamcnte sensível e delicado - , estava ampla– nwnte aberto a todas as impressões da natureza e da civilizaç:ão. Cada poeta anuncia a seus irmãos, com di– Hil'Ras cores e matizes, a grandeza e acção omnipotente de Deus no mundo. Quando se examina o valor estético da poesia bí– blica é necessário precaver-se contra um erro em que Re tem caído com frequência: a poesia bíblica nfü:J se pode enquadrar nos moldes poéticos dos povos clássicos e muito menos compará-la com estes géneros literários. Nt•nhum escritor bíblico é escritor no sentido que lhe dfüi os gregos, os romanos ou os poetas modernos. «Para os escritores bíblicos a poesia não era uma arte, mas uma natureza, uma condiç:ão da linguag('m, uma neeessida<le de ehegar ao fim proposto». Géneros poéticos A literatura bíbliea deseonhece o drama; somente eneontramos a epopeia e o lirismo. A ausência do <lrama expliea-se pela di8tinta posição dos semitas com relaç:ão a Dem,. Para os semitas Deus é o centro de gravidade. N'Blc, enquanto senhor omnipotente e supremo legis– lador, Pstão eontidas todas as eoisas. Por isso, a perso– nalidade própria da eriatura desaparece na força e na vida da causa primeira, de quem recebe o ser e o actuar. Toda a actividade é atribuída à causa primeira; a cria-

RkJQdWJsaXNoZXIy NDA3MTIz